terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Um NATAL um pouco diferente.

Estávamos no ano de 1976 dentro de um elevador num dos maiores edifícios de uma capital latino-americana,  já pouco faltava para a meia-noite do dia 24 de Dezembro. Naquele espaço confinado havia 15 pessoas carregando sacos de comida e algumas bebidas para as suas festas natalícias que tradicionalmente se iniciam à meia-noite nos países latino-americanos de origem espanhola.
As cinco senhoras elegantemente vestidas traziam ao colo um enorme peru assado e algumas garrafas de licores, dois casais de namorados entretinham-se em caricias, a juntar ao grupo estavam três jovens cabeludos e calças de sino acompanhados de três moças coradas de timidez completavam o estranho grupo de pessoas que residiam no mesmo edifício de apartamentos.
Naquela descontracção ninguém iria supor que o elevador se poderia avariar, ficando bloqueado entre pisos, como efectivamente aconteceu.
No exterior já se ouvia o ribombar dos fogos-de-artifício. Com a luz de emergência ligada e após infrutíferas tentativas de contactar a assistência, entre-olharam-se todos e com um pouco de bom senso e humor começaram a cantar ao som da música ambiente.
Passados poucos minutos as senhoras trincharam o peru, como puderam, foram-se saltando as rolhas dos espumantes, o licores abertos e a alegria foi tomando conta dos “hospedes”.
Na medida em que as garrafas eram empilhadas e os restos de comida amontoados, ninguém se lembrava que o elevador estava bloqueado, no momento em que se acabou a comida e as bebidas, o elevador dá um solavanco e continua a sua viagem.
Quem lia o jornal matutino dava conta das quinze pessoas retidas num elevador na “noite boa” e que saíam abraçados, felizes e rindo cantado “jingle bells”.
Que se teriam passado naqueles momentos que antecederam a meia noite? Coincidência? Mero acaso? Foi algo propositado feito "lá de cima"? O certo é que foi quebrado o gelo que existem nestes ambientes de cimento e aço, resultando daí grandes amizades até ao dias de hoje.
Disseram os intervenientes que foi o melhor natal que tiveram nos últimos anos.
E nós que fazemos no natal? Melhor ainda: o que fazemos do natal?
Será que já nos esquecemos que é a celebração de um nascimento muito especial?

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